A Atenção Como Cura Para a Tristeza, o Tédio e a Depressão

Tempo de leitura: 9 minutos

Passamos a maior parte de nossas vidas desatentos: poucos de nós podem negar esse fato. A atenção tornou-se rara.

Nossa desatenção cria problemas e dificuldades em vários níveis: de acidentes de trânsito, passando por relacionamentos conflituosos e chegando até o tédio, a tristeza e, nos casos mais graves, a depressão.

Como superar os problemas causados pela desatenção? A resposta está, obviamente, em seu oposto: a atenção.

Neste artigo vamos investigar a atenção. Como ela pode nos beneficiar e transformar radicalmente nossas vidas?

Longe de ser um artigo “mais do mesmo” ou mais um texto superficial sobre mindfulness, “viver no presente” ou algo semelhante, aqui conversaremos sobre os aspectos mais sutis da Atenção.

Perceber essas sutilezas — não como abstrações, mas como realidades — pode transformar sua maneira de perceber a vida e vivê-la.

Sua a leitura deve ser tranquila e cuidadosa. Deve ser atenta.

Ao ler cada frase, não se apresse em concordar ou discordar: medite o sentido das palavras e perceba a verdade ou falsidade delas em relação a sua própria vida.

Temos uma reveladora caminhada pela frente. Espero que aproveite.

O Que é a Atenção?

A atenção é uma abertura ao real. Ela consiste no acolhimento tranquilo daquilo que a realidade nos apresenta.

Cada momento e cada ocasião, em todos os contextos da vida, exige de nós algum tipo de resposta.

No entanto, por uma falta de atenção, muitas vezes sequer percebemos os chamados que a vida nos faz.

Sempre envolvidos, pelo pensamento, com o passado ou o futuro, perdemos grandes oportunidades de agir em harmonia com o ritmo do universo. Dessa falta de harmonia que é o resultado da desatenção nascem muitos dos nossos problemas e desordens.

Mas estar atento não é, como frequentemente se imagina, obrigar-se a pensar certas coisas.

Estar atento é manter em si uma abertura que nos permita perceber, acolher e responder adequadamente aos chamados que a vida nos dirige.

Atenção e Concentração

É preciso entender a diferença entre a atenção e a concentração.

A atenção não procura reter o que observa. Ela é destituída de esforço e não busca registrar os acontecimentos: não há tensão na atenção.

Seu papel é abrir-se ao presente, acolhê-lo e responder às suas diferentes solicitações adequadamente.

A atenção é tranquila e tem um certo caráter de passividade. Mas é também ativa: revela oportunidades, favorece a paz de espírito e nos livra de muitos males.

Já a concentração supõe o esforço do foco. Ela é restritiva e se aplica aos objetos particulares. Resulta da nossa força de vontade.

Ela tem um objetivo e espera um resultado do seu esforço: deseja memorizar, produzir um efeito específico, concluir uma atividade.

A concentração tem finalidade e meta: ela é controle e foco.

A leitura é um bom exemplo de concentração: enquanto lê este artigo, você precisa concentrar-se no que está lendo, o que impede a abertura exigida para a atenção.

Atenção e a concentração conferem ao olhar sua direção e sua maior ou menor abertura. Não são, no entanto, opostas ou adversárias. Juntas, são os dois instrumentos fundamentais para o aprendizado e a ação.

É preciso dominar então a delicada arte de perceber, em cada momento, se devemos estar abertos ao geral ou concentrados no particular.

A Atenção Produz a Ordem

Por um ato de atenção pura, um ato que não deseja forçar os acontecimentos mas apenas acolhê-los com docilidade, todas as coisas assumem o lugar que lhes é próprio.

O acolhimento tranquilo do presente, que não conhece pressa nem impaciência, dá a cada acontecimento seu valor adequado.

Tudo o que me acontece e surge diante dos meus olhos quando estou atento me parece natural e é serenamente recebido.

Eu mesmo, se estou atento e não busco acelerar ou atrasar o andar dos acontecimentos, encontro o meu lugar no Todo por um ato de atenção.

O Espetáculo do Mundo e da Vida

A atenção eleva todos os objetos aos quais se aplica conferindo-lhes importância, beleza e valor.

A pequena flor, antes insignificante, torna-se subitamente bela quando um olhar atento pousa sobre ela.

O canto dos pássaros ao amanhecer — mais um amanhecer, o mesmo de todos os dias e, no entanto, único — torna-se mais belo quando ouvidos o escutam sem a indiferença habitual.

E assim também com um rosto estranho na rua, com a coloração de um folha, com o reflexo das luzes na água.

A atenção nos presenteia com o espetáculo do mundo e da vida em sua expressão máxima, descortina diante de nós belezas que antes passavam despercebidas.

Para um espírito atento há beleza e valor em todas as coisas. A atenção vence o tédio.

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A Atenção é um Ato de Libertação

A atenção implica um esquecimento de si: o mundo que nos cerca é o seu único objeto de interesse.

O pensamento de si é necessariamente o pensamento dos nossos limites — e a percepção destes limites nos faz sofrer. Ele é a causa de muitos dos nossos males e tristezas. Ele nos arranca do presente, levando-nos a sofrer pelo passado ou sentir angústia pelo futuro.

Mas o pensamento do passado só coloca diante de nós o que é irreparável; e o pensamento do futuro só nos traz o produto da nossa imaginação.

O pensamento de si nos envolve, então, numa confusão de medos, preocupações e ansiedades — e a atenção é o ato de libertação que vem nos salvar.

Sendo um consentimento ao presente que está diante de nós, a atenção nos livra do passado e do futuro.

É extraordinário que, por um ato de atenção, possamos nos libertar das correntes da mágoa e do medo.

As Ocasiões Perfeitas Para as Ações Mais Nobres

Todos os dias a vida nos propõe novas ocasiões e oportunidades. De fato, ela jamais interrompe a entrega de novas possibilidades de ação.

Mas, novamente, por uma falta de atenção e por um interesse exclusivo naquilo que a imaginação criou, negamos as propostas que a vida amorosamente nos faz.

Comparadas ao que o pensamento criou e que se tornou objeto do nosso desejo, as ocasiões que o presente nos oferece parecem sempre desinteressantes e sem valor.

Acontece, porém, que as ocasiões oferecidas no presente são as únicas ocasiões reais: aquilo que o pensamento imaginou é ilusão. Na melhor das hipóteses, é uma possibilidade cuja realização não está garantida.

É preciso entender, então, que as ocasiões mais simples e jamais imaginadas previamente podem oferecer a oportunidade perfeita para as ações mais belas e nobres.

E a atenção é o instrumento que permite o reconhecimento das boas oportunidades que cruzam nosso caminho diariamente e que são um magnífico presente da vida.

O Que Impede a Atenção?

O pensamento de si, incluindo o pensamento do meu passado e do meu futuro, é o grande inimigo da atenção.

É verdade que o pensamento parece ser um movimento mais ou menos espontâneo do qual temos pouco controle. Ele tem seu próprio ritmo e o impõe a nós.

No entanto, apesar deste pouco controle, temos o poder de escolher se um pensamento merece nossa atenção.

Pela atenção que damos a certos pensamentos, criamos o nosso ser. Somos o que pensamos.

O pensamento de si, sendo o pensamento dos nossos limites e fraquezas, nos separa do presente para nos aprisionar no mundo interior das angústias, preocupações e contradições.

A esse respeito Louis Lavelle (1883 — 1951) escreveu, em O Erro de Narciso, um parágrafo memorável:

É preciso abolir todas as preocupações, não para se esquivar da seriedade da vida, mas para fazê-la aparecer. Pois todas as preocupações particulares nos distraem, e isso significa que somente uma merece reter nossa atenção, que é a de responder a todo instante às exigências do acontecimento.1

O pensamento de si nos aprisiona então na masmorra do sofrimento solitário. Nesta masmorra, o ato de atenção torna-se impossível. É preciso sair dela como o filósofo de Platão (428 a.C. — 348 a.C.) saiu de sua caverna.

Como Praticar a Atenção?

Qualquer método para se “alcançar” a atenção está fadado ao fracasso: o método supõe o controle; e o controle supõe o esforço.

Mas sabemos que a atenção deve ser tranquila, confiante e destituída de esforço. Ela não é produto da força de vontade.

Ela não deve esperar ou forçar nenhum acontecimento, mas ser uma aceitação simples do presente que está diante dela.

Os sentidos — especialmente a visão e a audição, mas também o olfato, o paladar e o tato — devem estar prontos para perceber e acolher tudo o que lhes é oferecido.

Nenhuma preocupação com objetos particulares ou consigo mesmo deve estar presente — e quanto menos elas existirem, mais pura será a atenção.

E se as preocupações surgem sempre temos o poder de escolher permanecer nelas ou deixá-las ir tão subitamente quanto chegaram: aí reside a liberdade do nosso pensar.

A atenção não requer preparação nem tempo. Não há método nem mestre. Ela é agora.

Conclusão

Espero que esse artigo não tenha sido apenas uma leitura, mas uma experiência inédita de percepção. Torço realmente por isso, embora reconheça a dificuldade de descrever algo tão sutil usando palavras.

A atenção tem feito maravilhas na minha vida e o objetivo de escrever esse artigo foi tentar transmitir um pouco das minhas percepções sobre o assunto.

Eu adoraria ouvir sua opinião e responder suas dúvidas. Deixe um comentário abaixo.

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É um prazer ter você como leitor(a). Desejo o melhor para sua vida.

Um abraço e até breve!


Coaching com André Valongueiro

Notas de rodapé

  1. Louis Lavelle, O Erro de Narciso, 2012, p. 164

31 Comentários


  1. A falta de atenção gera o piloto automático,
    eu vivi nessa fase muito tempo e precisei de remédio para depressão e TDAH.
    Os remédios não ajudaram a sair dessa, e sim a mudança de perspectiva e estudo.
    Adorei o artigo!

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  2. Que post maravilhoso André, parabéns!!;
    É muito triste passar pela vida sem perceber plenamente,e isso só é possível por meio da atenção, magnífica sua clareza ao falar de algo que deve ser assim mesmo, claro, natural e espontâneo… esteja no agora, simples assim.
    Amo seus textos!!!

    Responder

    1. Obrigado, Jussemara! Fico feliz que o texto tenha lhe sido útil.

      Tudo de bom e se cuida!

      Responder

  3. Muito bom ! Me ajudou muito pra tentar entender o que estou passando no momento. Obrigada.

    Responder

    1. Que bom, Maura. Fico feliz por ter ajudado você de alguma forma. Um abraço e se cuide bem!

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  4. Estou praticando a atenção usando os meus sentidos e concordo com tudo que você escreveu. Parabéns pelo texto, muito bom!

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  5. Eu já li algumas coisas sobre Atenção e também esse teu texto. É impressionante como é incrivelmente difícil pra mim estar atenta. Sempre procuro métodos exatos pra fazer as coisas e teu texto simplesmente diz que não há nenhum. Ou que não devo me preocupar, só fazer. Isso me lembrou demais Matrix, quando Morpheu diz a Neo que a ninguém pode explicar o que a Matrix é, você tem que vê-la.
    Aí eu fico pensando se me desespero. kkkkkkk Porque não tenho a menor ideia de como chegar nesse estado de consciência.

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    1. Nathália, você leu a conversa com tive com a @apamelarebelo:disqus aqui nos comentários? Suas questões são semelhantes.

      Adorei a comparação com a Matrix. É exatamente isso: um texto ou um conversa podem apenas apontar para esse estado de presença, mas você precisa percebê-la e experimentá-la por conta própria. Nenhum método pode estabelecer em você um estado de presença, pois o método supõe uma sequência de passos que começam no presente e visam atingir algo lá na frente. Ora, se há esse desejo de alcançar algo lá na frente, no futuro, já não há mais presença alguma. Está acabado.

      Enquanto você procura um “como” para estar presente, a presença lhe é negada. Você deve estar presente, não procurar métodos para isso ou desejar estar nesse estado algum dia. É muito sutil.

      Não se desespere. 🙂

      Responder

  6. André, seu texto poderia ser resumindo em: “esteja no que está fazendo”, como você escreveu no comentário com a Pamela. Ou seja, varrer varrendo, comer comendo, olhar olhando, ouvir ouvindo, estudar estudando, etc etc. Me fez lembrar do Osho em que ele diz que devemos frequentemente nos perguntarmos/chamarmos enquanto estamos fazendo (ou não) qualquer atividade: “Patricia, você está ai?” Tao simples e tao poderoso!

    Beijos daqui da gelada e escura Noruega. 🙂

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    1. Boa noite, Pati. Da quentíssima Recife, no Brasil. É isso mesmo: estar no que estamos fazendo. No texto eu quis mostrar algumas consequências sutis desse estado de presença que nem sempre são percebidas. É realmente algo poderoso, capaz de nos livrar de muitos males e problemas.

      Obrigado pela participação. É uma honra ter você como leitora tão assídua. Um abraço!

      Responder

  7. Adoro todos os seus textos e adoraria ler um sobre concentração, tão prático e motivador como esse sobre atenção.

    Responder

    1. Obrigado, Joana!

      Acho que o artigo que você está procurando já foi publicado por aqui. O título dele é “5 simples passos para você trabalhar com incrível eficiência e revolucionar os seus projetos pessoais e profissionais” e ele ensina na prática como conquistar essa concentração que você procura. Aqui está o link: https://www.valongueiro.com//como-trabalhar/

      Boa leitura e volte sempre!

      Um abraço!

      Responder

  8. Que material incrível cara, essas observações são mesmo muito bacanas. Li, fiquei boquiaberto e lerei de novo algumas vezes.

    Pelo que entendi, isso tem que realmente ser algo natural, por isso não existe a prática. Como os pensamentos não são controláveis, devemos não alimentar os pensamentos no futuro e no passado. Assim, estaremos, naturalmente mais atentos. É por aí, a prática da coisa?

    De qualquer forma. obrigado por compartilhar essa percepção.

    Seu trampo, sempre é incrível e me ajuda muito.

    Abraço.

    Responder

    1. Fala, Felipe. Muito obrigado, meu velho!

      É isso mesmo, a Atenção deve ser necessariamente algo natural, pois a idéia de “prática” já implica tempo. Querer “estar presente” por meio de uma prática não faz sentido: o “querer” é desejo e está no futuro e a prática supõe uma série de etapas em sequência, o que também é tempo. Mas estar presente é algo que acontece agora, no momento.

      Você leu os comentários que fiz acima, na conversa que tive com a Pamela? Recomendo que leia, falei sobre essas coisas com mais detalhes. Se você ler os comentários e voltar a ler o texto em seguida certamente perceberá coisas que não percebeu na primeira leitura.

      Um abraço e apareça sempre, é um prazer ter você como leitor!

      Responder

      1. Li sim, foi deles que acabei entendendo melhor.

        Mais uma vez, obrigado por tudo que compartilho.

        Até mais.

        Responder

  9. Adorei esse texto, André! Veio em um momento muito oportuno, pois um dos meus objetivos de vida é estar mais presente no momento – tarefa difícil, mas igualmente importante 🙂

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    1. Bom saber que gostou, Pamela. Obrigado! A verdade é que esse “estar no presente”, tão popularizado hoje em dia, se não for entendido apenas como uma idéia ou uma teoria, transforma radicalmente a nossa existência.

      Observe a pegadinha: quando dizemos que estar no presente é um “objetivo de vida”, como você falou, tudo está acabado. Um objetivo implica tempo – precisamos passar por etapas até que um objetivo seja finalmente alcançado – e o “estar no presente” implica exatamente a ausência de tempo, o fim do passado e do futuro. Enquanto o “viver no presente” for abordado como um objetivo a ser alcançado (no futuro), ele jamais poderá se concretizar. Por isso terminei o texto dizendo que “Ela (a Atenção) é agora”.

      Espero ter sido claro e não ter feito muita confusão na sua cabeça. Volte a comentar se precisar de mais esclarecimentos, OK? É sempre um prazer ajudar.

      Um abraço!

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      1. Um pouco! hahaha Pois querer praticar mais atenção é um objetivo, não é? Não entendo como fazer isso “vir naturalmente” sem ter claro pra mim a importância de adquirir esse hábito 🙂

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        1. Vejamos, Pamela. Com calma. A Atenção pode ser um objetivo? Se a Atenção, que é um “viver no presente”, for um objetivo, isso não significa que estamos projetando essa Atenção no futuro? Temos então um “objetivo de estar atento em algum momento futuro”. Pense com calma.

          Seguindo…

          Se estamos projetando no futuro o “viver no presente”, isso não significa que esse “viver no presente” se tornou apenas uma idéia, algo criado pelo pensamento? Afinal, só o pensamento pode “acessar” o futuro. Mas o que desejamos não é possuir uma idéia sobre “viver no presente”, nós queremos realmente viver no presente, no agora. Certo? Faz sentido para você?

          Você já sabe intelectualmente “a importância de adquirir esse hábito”. E mais, você já experimentou inúmeras vezes os benefícios de viver no presente. Quando você está trabalhando em uma nova arte em seu Photoshop você está totalmente presente e isso liberta você de todas as suas preocupações e medos. Já percebeu isso? Pois bem, participe dessa presença incessantemente, não como uma idéia, pois no momento mesmo em que você pensa sobre “a importância de adquirir esse hábito” ou sobre “como é bom estar no presente”, você já saiu do presente para o futuro: a Atenção se tornou, novamente, um objetivo e você está como que “andando em círculos”.

          É como disse Louis Lavelle: os bens do espírito não se distinguem do movimento que os produz; no momento em que percebemos um espaço entre eles é porque já os perdermos. Por isso terminei o texto dizendo que, me desculpe a repetição, “Ela (a Atenção) é agora”.

          É complexo, eu sei. Confuso também. Mas a única maneira de mostrar isso é assim, com palavras. Não temos nenhum outro instrumento além da linguagem para tentarmos nos fazer entender. O que podemos fazer é somente ler as palavras e tentar perceber a verdade ou falsidade delas em nossa própria experiência da realidade.

          Espero ter sido um pouco mais claro agora, mas se tiver mais perguntas é só escrever aqui. Adoro essa troca de idéias.

          Obrigado pela oportunidade de falar sobre isso. Eu não quis publicar essas explicações no artigo porque achei que elas deixariam o texto “viajado” demais e também não sei muitas pessoas estão interessadas em uma discussão assim.

          Um abraço e se cuide!

          Responder

          1. Sim, mas então como estar mais no momento presente se eu nem posso pensar sobre isso? hahahaha


          2. E como você estará no momento presente se está pensando na presença futura que deseja conquistar? Estar presente sem pensar sobre a presença é simples: esteja no que está fazendo. Eu estou agora falando com você, estou nisso. Querer estar presente é não estar. Estar presente é estar aberto ao real com uma atitude acolhedora que não busca acelerar nem atrasar os acontecimentos. Releia o texto, acho que agora depois dessa série de comentários você fará uma leitura diferente, com outros olhos.


          3. Vou reler André, mas fica difícil desconstruir a idéia de que é um hábito a se adquirir. Eu sempre faço as coisas pensando em outras, então o ato de estar presente é um exercício. Só que exercícios precisam ser praticados, certo? Se eu não posso pensar em praticar, como praticarei? hehehe 😛
            (eu achei a discussão super interessante, sai muito do óbvio! só ainda estou tentando entender como aplicar 🙂


  10. André, sou seu fã, adoro o estilo de escrita que emprega e a simplicidade com que transmite suas ideias! Parabéns por mais um artigo impecável! Grande abraço!

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  11. André! Estou maravilhada, nunca li algo assim. Onde você aprendeu tudo isso? Saiu tudo da sua cabeça mesmo? Queria ler mais coisas assim, tanto aqui no seu blog quanto em livros. Você pode me indicar alguns? Um beijo grande e continue escrevendo esses textos lindos.

    Responder

    1. Obrigado, Célia. Fico feliz que tenha gostado!

      Esse artigo é fruto de uma série de leituras e observações pessoais que fiz sobre o tema da Atenção. Embora o tenha escrito totalmente de próprio punho, eu não posso dizer que tudo isso saiu apenas da minha cabeça. Mas também não sou capaz de dizer onde aprendi exatamente cada idéia que está contida texto. Dois autores foram certamente muito importantes: o filósofo francês Louis Lavelle e o educador indiano Jiddu Krishnamurti. Ambos falaram muito sobre a questão da Atenção e da Presença.

      Do Louis Lavelle li dois 2 livros: A Consciência de Si e A Presença Total. Do Jiddu Krishnamurti eu realmente não posso te falar livros específicos, pois ele escreveu mais de 70 e eu não li nenhum deles completamente. Li muitos capítulos de muitos livros e assisti muitos dos diálogos e palestras dele.

      Esse artigo foi escrito a partir de um conjunto de notas que escrevi durante os 3 meses que viajei pela Ásia entre Outubro de 2016 e Janeiro de 2017. Assim que cheguei no Brasil reuni essas notas e percebi que poderia produzir um artigo com elas.

      Espero ter ajudado.

      Um abraço e até breve!

      Responder

  12. Valongueiro, estou sem palavras. O artigo está maravilhoso! Para mim, você está entre os melhores blogueiros e escritores do Brasil. E nesse artigo você foi de uma clareza brilhante. Bravo! Bravo! Bravo!

    Responder

    1. Obrigado, Celso. Que comentário! Fico feliz, pois esse artigo é bastante diferente de tudo o que já publiquei aqui no blog. Bom saber que recebeu sua aprovação. Um grande abraço e obrigado mais uma vez. Se cuide!

      Responder

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